A ambliopia é uma principais causas de cegueira infantil, mas também é bastante incidente em jovens e adultos. Saiba como identificar e tratar esta doença.
De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a ambliopia atinge cerca de 5% da população do país. É popularmente conhecida como “olho preguiçoso”, “olho vago” ou “visão preguiçosa”. Devido a sua natureza, a maior incidência se dá em crianças, mas também ocorre em adolescentes, jovens e adultos.
O diagnóstico precoce aumenta significativamente a eficácia do tratamento. Porém, como o seu principal sintoma é a falta de visão, muitas vezes esta análise pode passar despercebida nos primeiros anos. Por isso, é necessário reforçar a importância do acompanhamento de um oftalmopediatra desde as primeiras semanas de vida. Essa doença, quando não tratada até a idade de 7 ou 8 anos, pode acarretar problemas de visão que serão sentidos durante a vida toda.
Conheça agora quais são as principais características dessa patologia. Acompanhe.
O que é ambliopia?
Para conhecer o seu funcionamento, é preciso entender como se formam as imagens em nosso cérebro. Quando os olhos “captam” o mundo de acordo com a incidência de luz, estímulos elétricos são enviados ao cérebro por meio dos nervos ópticos. Quase que instantaneamente, essas informações são decodificadas em uma região cerebral chamada lobo occipital. Nossa visão é fruto do resultado obtido nessa cadeia de eventos.
Então, quando por alguma razão, um ou ambos os olhos tem dificuldades de enviar os estímulos necessários para o desenvolvimento do sistema visual, ocorrem ajustes anatômicos e funcionais no córtex. Em consequência disso, há uma redução de acuidade, ou seja, a capacidade de distinção de detalhes.
Em outras palavras, o cérebro passa a compensar a visão, “ignorando” cada vez mais as informações vindas do olho com problemas. Caso não seja tratada no momento certo e da maneira adequada, por fim, pode resultar em um quadro de cegueira total.
Para que possamos compreender quais são os melhores tratamentos, precisamos conhecer quais são as formas mais comuns desse problema ocular. Continue lendo e descubra as particularidades de cada tipo.
Saiba quais são os principais tipos de ambliopia
Podemos classificar essa doença de acordo com suas causas. Existem três tipos mais comuns. São eles:
Ambliopia estrábica
Entre todas as classificações, essa é a forma mais recorrente e pode surgir em qualquer fase da vida. Por conta do desalinhamento ocular causado pelo estrabismo, o cérebro tende a suprimir a imagem gerada pelo olho desviado, buscando evitar uma dobra de visão. Geralmente ocorre em crianças e, nesses casos, o tratamento precoce é crucial para que haja a correção adequada.
Ambliopia refracional
Como o nome sugere, se apresenta em decorrência de problemas de refração como astigmatismo e hipermetropia. Podemos subclassificar de 3 maneiras:
- Anisometrópica: acontece quando há uma diferença de grau, mesmo que pequena, causando uma compensação maior em um dos olhos;
- Ametrópica: aparece quando há um grau muito elevado de hipermetropia ou miopia, ainda que seja em ambos os lados;
- Meridional: pode surgir quando há um quadro de astigmatismo que não é tratado de maneira adequada.
Ambliopia por privação (ex-anopsia)
Esse tipo é o menos comum entre as três citadas. Entretanto, é o que necessita de tratamento mais urgente, por conta da sua gravidade. De um modo geral, para que a visão esteja saudável, é necessário que a luminosidade entre sem qualquer tipo de obstrução. Nesse caso, a ambliopia ocorre justamente devido a um bloqueio da entrada de luz.
As doenças que têm maior responsabilidade por esse tipo de condição são:
- catarata congênita (bi ou unilateral);
- angiomas palpebrais;
- opacidades vítreas;
- leucoma corneano;
- ptose palpebral;
- hifema.
Podemos citar ainda a ambliopia tóxica, que é originada por agentes como o álcool e o cigarro. Apesar de rara, ela também pode levar à cegueira total.
Conheça os tratamentos para o “olho preguiçoso”
Como já mencionamos, o olho preguiçoso surge em consequência da complicação ou falha no tratamento de outras doenças. Dessa maneira, é importante que seja encontrada a causa para que o diagnóstico seja preciso. Essa é a única maneira de definir qual a melhor abordagem.
Quando se trata de um problema de refração, o uso de óculos ou lentes de contato, pode ser o procedimento adotado. Em casos mais severos, é possível que seja necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica. Mas, a forma mais comum de corrigir o olho vago é por intermédio da utilização de um tampão oclusor sobre o olho bom. Essa medida tem a intenção de estimular e exercitar os músculos e nervos ópticos que estão apresentando baixo desempenho.
Como a ambliopia ocorre na maior parte das vezes em crianças, é comum que elas sejam resistentes ao uso de um tapa-olho. Em situações como essa, existe ainda o recurso da aplicação de colírios oclusores. Muitos médicos relatam que a eficácia é a mesma, desde que a aplicação seja correta. E, claro, a aceitação infantil a esse tipo de abordagem é muito maior.
Atualmente, existem estudos a respeito do desenvolvimento de medicamentos de uso oral, mas o uso de tampões ainda é a forma mais efetiva. Infelizmente, conforme as estatísticas, após os 20 anos de idade a eficácia do tratamento tem pouco sucesso. Informação que confirma a necessidade do acompanhamento por parte de um profissional desde a mais tenra idade.
A ambliopia não está entre as doenças visuais mais comuns, mas, como descrevemos neste artigo, quando diagnosticada tardiamente, as consequências podem ser graves. A maior dificuldade para se identificar essa patologia é o fato de ela ser silenciosa. Não apresentar sinais de dor. Sendo assim, uma criança nem sempre consegue externalizar o problema para os pais. Nesse sentido, o teste do olhinho pode ser um grande aliado na hora de investigar a saúde dos olhos do seu bebê.Não espere acontecer o pior para, só então, buscar auxílio médico. Entre em contato com nossos atendentes e agende uma consulta com um de nosso oftalmologistas.