A candidíase é uma infecção causada por um fungo naturalmente presente no organismo humano, porém, as mulheres são mais afetadas. Isso porque o causador, o Candida Albicans, é encontrado em maior quantidade na flora vaginal. A doença é ocasionada por alguns fatores que podem fomentar a reprodução desenfreada desse fungo, levando, então, à candidíase.
Ao contrário do que se pensa, a candidíase também pode ocorrer em homens e pode ser transmitida pelo contato sexual. É importante ressaltar que o contato sexual é apenas um dos inúmeros fatores que podem contribuir para a proliferação em excesso do Candida, uma vez que o quadro pode se manifestar também entre pessoas que nunca tiveram relações.
No artigo de hoje, vamos conversar mais sobre essa doença tão comum e que, com a chegada do calor, tende a ocorrer em maior número, especialmente entre as mulheres.
Continue a leitura e saiba mais sobre a candidíase.
Candidíase: descubra o que pode causar a doença
Para a proliferação em excesso do Candida Albicans, o fungo precisa encontrar as condições ideais: umidade, calor e alimento. Isso contribui para o aumento dos casos de candidíase durante os meses mais quentes do ano, uma vez que é comum as pessoas permanecerem com as roupas de banho molhadas após saírem do mar ou piscina. A roupa úmida, junto ao calor, cria o ambiente perfeito para a reprodução do fungo.
A imunidade também está diretamente relacionada com o aparecimento da candidíase. Pacientes em tratamento contra o câncer, ou que fazem o uso de medicamentos para controle do HIV, estão mais propensos à infecção. Mulheres grávidas também tendem a desenvolver candidíase por conta da imunidade mais baixa, além de no período de gestação o pH da vagina ficar mais ácido (outra condição que favorece a reprodução anormal do fungo).
Maus hábitos de higiene íntima, diabetes, uso excessivo de corticoides, antibióticos e, até mesmo, de anticoncepcionais também podem ser fatores desencadeadores para a candidíase. Para as mulheres, um alerta: a infecção pode estar associada ao HPV (papiloma vírus), portanto, é interessante conversar com seu médico sobre o assunto e realizar um papanicolau o quanto antes.
As regiões que podem ser acometidas pela candidíase
Como falado, o quadro acomete principalmente as mulheres por conta da maior presença do fungo na flora vaginal e a própria fisiologia da vagina favorece o aparecimento da candidíase, já que a temperatura e umidade da região tornam o local propício à reprodução do Candida.
Entretanto, a doença também pode acometer idosos e crianças, se manifestando em diferentes partes do corpo, como:
- Pênis: causada por alterações imunológicas, má higienização, a candidíase peniana também tem a diabete como fator de risco para desenvolvimento da doença;
- Boca: caracterizada por aftas e dificuldade de engolir, a candidíase oral pode acometer crianças, idosos, pacientes que estejam em tratamentos que comprometam o sistema imunológico (quimioterapia, por exemplo) e adultos que realizaram contato íntimo com parceiros com quadro de candidíase;
- Esôfago: é comum em pacientes em tratamento contra o câncer ou HIV e em idosos. Raramente acomete crianças, apenas se houver um comprometimento muito grande do sistema imunológico.
Os principais sintomas da candidíase
A candidíase se manifesta de maneiras diferentes em homens e mulheres. Nelas, os principais sintomas são:
- Presença de corrimento branco, em gumos;
- Inchaço e vermelhidão da região íntima;
- Coceira na vagina e no canal vaginal;
- Sensação de ardor ao urinar;
- Dor nas relações sexuais.
Nos homens, os sintomas incluem:
- Edema (inchaço causado por acúmulo de líquido) leve;
- Coceira na ponta do pênis e ardência ao urinar;
- Manchas no pênis, pequenas e avermelhadas;
- Corrimento branco e de forte odor;
- Dor ao manter relações sexuais.
Em caso de candidíase masculina, um urologista deve ser consultado.
Como é feito o tratamento da candidíase?
A candidíase é um quadro comum e seu tratamento é bastante simples. O primeiro passo para a indicação do tratamento é o diagnóstico das causas, uma vez que, como vimos, a candidíase é uma doença “oportunista”. O apuramento das causas é fundamental, uma vez que o fungo pode estar se proliferando demasiadamente por conta de alterações causadas por doenças mais graves, como o já comentado HPV, responsável pelo câncer de colo do útero.
Para normalização do fungo no organismo são recomendadas pomadas antifúngicas de aplicação local. No caso da candidíase vaginal, o tratamento costuma durar em torno de 15 dias, sendo que a pomada pode ser recomendada até 2 vezes ao dia. Para a aplicação, é recomendado que seja feita antes de dormir, uma vez que a aplicação costuma ocorrer no canal vaginal e levantar-se após pode prejudicar a eficiência do tratamento. Desta forma, relações sexuais também são desaconselhadas durante o tratamento.
Alguns casos exigem tratamento via oral junto ao tópico. São então receitados comprimidos antifúngicos em dose única ou em 3 doses (1 a cada 72h).
4 dicas para evitar o surgimento da candidíase
Muitas mulheres sofrem com a candidíase recorrente. Ela é assim chamada quando existem 4 ou mais casos de candidíases no mesmo ano. Entretanto, alguns cuidados podem ajudar a diminuir a frequência da infecção.
Confira agora 4 atitudes que podem ser tomadas para evitar a reprodução em excesso do Candida Albicans:
- A alimentação e os exercícios físicos são altamente recomendados, uma vez que ajudam a fortalecer o sistema imunológico. Diminuir a ingestão de carboidratos e açúcar branco, por exemplo, são algumas das atitudes estimuladas.
- Usar roupa íntima de algodão, evitar roupas muito justas e tecidos sintéticos na região vaginal também é importante. No verão, evitar de permanecer com a roupa de banho molhada e manter a região íntima limpa e seca são essenciais para evitar a proliferação do fungo.
- Evite o uso de papéis higiênicos brancos e com perfume, assim como o uso de qualquer produto com muitos aditivos químicos na formulação.
- Faça o uso regular de probióticos e lactobacillus, que equilibram a flora vaginal.
Neste artigo, você viu que a candidíase é uma ocorrência normal, especialmente em mulheres, mas que também exige atenção por se tratar de um quadro oportunista, que aproveita os descuidos e a baixa imunidade para aparecer.Caso você tenha algum dos sintomas descritos acima, entre em contato conosco e agende uma visita com um especialista em ginecologia!