Fisioterapia pélvica: como ela pode ajudar na incontinência urinária

Fisioterapia pélvica: como ela pode ajudar na incontinência urinária

A incontinência urinária é um problema que causa muito constrangimento a quem o possui. Neste artigo, você poderá saber mais sobre o tema e quais seus tratamentos.

 

Um problema bastante comum em pessoas acima dos 40 anos é a incontinência urinária. Causando constrangimento ao paciente, a doença é mais comum em indivíduos do sexo feminino. Tanto que, conforme a Sociedade Brasileira de Urologia, 45% das mulheres e 15% dos homens nessa faixa etária apresentam a patologia.

Segundo a literatura médica, o corpo feminino apresenta duas falhas naturais no assoalho pélvico. Elas são conhecidas como o hiato vaginal e o retal, o que torna essa região mais frágil nas pacientes. Isso explica o porquê da disfunção ser mais comum nesse gênero.

Porém, atualmente, há algumas opções de tratamento para a enfermidade. Além das intervenções médicas e remédios, uma alternativa que vem ganhando bastante destaque é a fisioterapia pélvica. Então, para entender mais sobre a incontinência urinária e, especialmente, sobre essa opção terapêutica, leia este artigo.

 

Incontinência urinária: saiba mais sobre o problema

De acordo com a Dra. Fernanda Bellomo, fisioterapeuta, basicamente, a incontinência urinária é a “perda, sem a sua vontade, de eliminar a urina. Ela pode vir por um espirro, uma tosse”, por exemplo. Dessa forma, é a ausência da capacidade de controlar a própria bexiga.

O problema é bastante comum e é subdividido em quatro tipos, como você vê na sequência.

  1. De esforço: acontece quando há aumento na pressão intra-abdominal, por meio de uma tosse, espirro, risada ou qualquer esforço que utilize a musculatura da região. Geralmente, se dá por conta de uma fraqueza muscular na pelve.
  2. De urgência: ocorre mediante uma hiperatividade do músculo que contrai a bexiga. Assim, esse órgão apresenta repentinas contrações, causando a urgência em urinar. É conhecida, também, como bexiga hiperativa.
  3. Mista: apresenta características dos dois tipos citados acima. É a forma mais comum de incontinência urinária.
  4. De sobrefluxo: desenvolve-se quando há obstruções na saída da urina, o que faz com que a bexiga fique cheia constantemente. É mais comum em homens, especialmente naqueles com doenças na próstata.
 

Causas e fatores de risco

O problema pode ser causado por outras condições médicas, como infecção no trato urinário, prisão de ventre, estresse, entre outros. Além disso, quando se torna persistente, muitas vezes, é resultado de um dos agentes abaixo:

  • Histerectomia ― retirada do útero;
  • Obstrução do trato urinário;
  • Distúrbios neurológicos;
  • Câncer de próstata;
  • Envelhecimento;
  • Menopausa;
  • Gravidez;
  • Parto.

Também, existem alguns fatores de risco para que a pessoa desenvolva incontinência urinária. Como a idade, pois ela tende a aparecer em pessoas mais velhas, e o sexo feminino está mais predisposto ao problema, como mencionamos no começo deste artigo. Além disso, a obesidade pode ser uma fonte desencadeante do problema.

 

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da incontinência urinária é feito pelo médico, geralmente ginecologista ou urologista. Em consulta, além de levantar o seu histórico médico e familiar, ele questionará acerca de alguns sintomas.

Também, para se certificar quanto ao resultado, provavelmente, ele solicitará um exame de urina. Além disso, poderá pedir cistoscopia, cistografia, ultrassonografia abdominal e pélvica e outros que considerar importantes.

Constatada a incontinência urinária, o profissional indicará o tratamento ideal, de acordo com o tipo do problema. Em alguns casos, pode haver combinação das opções abaixo:

  • Fazer uma dieta controlando os fluidos. Assim, deverá reduzir o consumo de alguns líquidos, como café;
  • Realizar algumas técnicas comportamentais, como programar as idas ao banheiro;
  • Aplicação de toxina botulínica ou estimuladores de nervos;
  • Utilizar alguns medicamentos;
  • Fisioterapia pélvica;
  • Cirurgia.
 

Saiba mais sobre a fisioterapia pélvica para a incontinência urinária

Em muitos casos, o médico indica a realização da fisioterapia pélvica, como mencionamos acima. De acordo com a Dra. Fernanda, “o fisioterapeuta pélvico pode ajudar através do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, eletroestimulação e biofeedback.” Essa especialidade atua reabilitando as disfunções e problemas da região mencionada, como o próprio nome sugere.

Como é uma das melhores opções terapêuticas para as anomalias pélvicas, é bastante recomendada para a incontinência urinária. Sendo que, em muitos casos, pode até evitar que o paciente seja submetido à cirurgia.

 

Técnicas da fisioterapia pélvica

Na fisioterapia pélvica, são realizados os exercícios de Kegel para fortalecer a região. Primeiramente, o profissional ajuda o paciente a identificar os músculos do assoalho pélvico. Isso para que ele tenha consciência enquanto estiver urinando. Nessa ocasião, o indivíduo deverá tentar segurar o fluido. Caso consiga, é sinal de que está contraindo os músculos corretos.

Após essa tarefa, deverá esvaziar a bexiga e deitar de barriga para cima. Feito isso, precisará contrair 10 vezes seguidas a musculatura e descansar 5 segundos. A pessoa fará mais 9 repetições dessas, para totalizar 100 contrações. Depois de alguns dias dessa prática, o especialista poderá adicionar bola ou faixas elásticas nos exercícios. Eles têm o objetivo de manter a concentração do paciente.

Outra prática utilizada pelo fisioterapeuta são os exercícios hipopressivos. Para a realização desses, o indivíduo ficará sentado ou em pé e encolher ao máximo sua barriga. Enquanto faz isso, automaticamente, contrai os músculos do assoalho pélvico. Durante a atividade, o paciente deverá respirar normalmente.

Também citado pela Dra. Fernanda, a eletroestimulação é um recurso bastante usado para os casos de incontinência urinária. Nessa opção, é colocado dentro da vagina ― ou ao redor do pênis ― um aparelho que emitirá uma leve corrente elétrica. Ela fará a contração do períneo involuntariamente.

Há outra técnica que, inclusive, consiste na introdução de um pequeno aparelho no interior do canal vaginal: o biofeedback. Esse dispositivo é ligado ao computador e gera imagens e sons enquanto faz a contração pélvica. É bastante útil para ajudar a mulher a identificar os músculos a serem trabalhados.

Essas são apenas algumas das práticas que, geralmente, o profissional irá indicar. A fisioterapia pélvica, assim como outras formas de tratamento, é realizada conforme cada caso e paciente. Então, nem sempre todas as técnicas indicadas para uma pessoa, serão para outra.

Por isso, é muito importante consultar um médico a qualquer sinal da incontinência urinária. Pois, quanto antes iniciar o tratamento, melhor será para controlar este problema que causa tanto constrangimento aos pacientes.

 

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