Os olhos devem trabalhar em conjunto para que possamos enxergar bem. Porém, condições como ambliopia e estrabismo podem prejudicar essa parceria. Leia o texto!
Os olhos são órgãos que nos ajudam a perceber o meio em que vivemos. Usam a luz para captar as imagens ao nosso redor. Eles trabalham em dupla para transformar essa percepção em impulsos elétricos que serão lidos pelo cérebro. Contudo, há momentos em que essa força-tarefa fica prejudicada porque um dos envolvidos não envia uma boa mensagem para o cérebro. Assim, problemas como estrabismo e ambliopia aparecem.
Pessoas de todas as idades podem sofrer com desvios no globo ocular. Porém, as crianças são as mais afetadas. Além disso, elas nem sempre conseguem comunicar aquilo que as incomoda. Por isso, o acompanhamento médico é sempre importante. No artigo de hoje, saiba um pouco mais como essas condições afetam a nossa visão!
Estrabismo e ambliopia: entenda cada uma das doenças
Antes de falar sobre estrabismo e ambliopia, é interessante saber como funciona o olho humano. Continue a leitura!
Tudo que nós vemos (ou deixamos de ver) é uma interpretação do cérebro. Assim, quando os objetos ao nosso redor são atingidos por uma luminosidade, os olhos atuam como uma câmera fotográfica para registrar aquele momento. Logo depois, as informações são enviadas ao cérebro. Mas, no lugar de fotografias, o cérebro recebe impulsos elétricos.
Como temos dois olhos, o órgão recebe duas informações para que elas sejam fundidas em uma só. Assim, conseguimos enxergar profundidade, altura e largura dos objetos com qualidade.
Entretanto, quando há uma diferença entre as imagens fornecidas pelos olhos, há um impedimento da fusão. Então, o cérebro ignora a imagem que ele considera falha, para evitar a visão dupla. Pouco a pouco, ele passa a desconsiderar todos os impulsos enviados por aquele olho. A seguir veja alguns dos problemas que estão ligados a essas condições.
Estrabismo
O estrabismo é um distúrbio caracterizado pela falta de alinhamento entre os olhos. Por isso, cada um dos órgãos aponta para um local diferente. O olho torto, como também é chamado, pode atingir um ou ambos os globos oculares. Ele pode ser considerado:
- Alternante, em que o desvio reveza entre um olho e outro;
- Convergente, quando aponta para a direção do nariz;
- Vertical, quando se move para cima ou para baixo;
- Divergente, quando se desloca para fora.
As causas para o desalinhamento são diversas. Existem músculos responsáveis pelo movimento ocular, que são comandados pelo sistema nervoso. Quando eles não conseguem trabalhar em sincronia, ocorre o estrabismo. Além disso, há outros fatores que comprometem a harmonia da visão.
Um alto grau de hipermetropia, por exemplo, obriga a aproximação exagerada dos objetos para que seja possível enxergá-los. Doenças neurológicas como AVC e paralisia também afetam o desenvolvimento da visão. A catarata congênita é outro motivo que intensifica o estrabismo. Ademais, diabetes, disfunção na tireoide e Síndrome de Down podem estar ligadas à condição.
Ambliopia
Já a ambliopia surge quando os olhos têm dificuldade em enviar informações para o cérebro, mesmo que não haja desvio físico na visão. Por isso, é uma síndrome silenciosa, logo, mais difícil de ser diagnosticada.
Existem várias doenças que podem levar ao desenvolvimento da ambliopia. Catarata congênita, ptose palpebral e opacidades vítreas causam uma diminuição da luminosidade captada pelo olho, gerando imagens diferentes. São as chamadas ambliopias por privação.
Na ambliopia refracional, há uma diferença de graus entre um olho e outro, em distúrbios como miopia e hipermetropia. Ela também pode surgir de um astigmatismo que não foi tratado da forma correta.
Ademais, existe a ambliopia estrábica, que é causada pela divergência ocular do estrabismo. Sobre isso, a Dra. Juliana Novello, oftalmologista do Centro Médico Martins, pode explicar melhor.
“Inicialmente, ele começa a virar para o nariz porque enxerga mal, então força para tentar uma visão mais nítida. Se esse olho torto deixar de ser estimulado, perde visão com o passar do tempo. E um olho que começa a perder visão, progressivamente, vai entortando para fora”, relata.
Essa é uma síndrome muito comum em crianças e pessoas jovens. Por isso, é essencial o acompanhamento com o oftalmopediatra desde cedo. Os cuidados com a vista dos pequenos se inicia logo após o parto com o teste do olhinho e não pode parar por ali.
Conheça os tratamentos para estrabismo e ambliopia
Primeiramente, é importante destacar que, quanto mais cedo houver o diagnóstico, melhores as chances dos procedimentos terem sucesso. Quando já é tarde, o paciente corre o risco de ficar com a visão monocular, ou seja, cegueira de um olho.
De forma geral, o tratamento para estrabismo e ambliopia são semelhantes. Isso porque, nos dois casos, os médicos indicam a estimulação daquele olho que não está enviando bons sinais para o cérebro. Um exemplo de como acontece é com a colocação de um tampão no “olho bom”. O uso de óculos, lentes de contato e colírios também trazem bons resultados.
No caso do estrabismo existe, ainda, a possibilidade da aplicação de toxina botulínica. Ela provoca um relaxamento nos músculos responsáveis pela movimentação, o que deixa os olhos alinhados. Em último caso, a cirurgia corretiva é o caminho indicado.
Crianças com doenças como estrabismo e ambliopia podem ter problemas no desenvolvimento escolar. Isso porque elas passam a ter dificuldade de perceber o mundo ao redor, ler, escrever e até interagir com os colegas. Assim, com o início do ano letivo e da compra do material escolar, é interessante marcar uma consulta com o oftalmologista. Leia o artigo e saiba mais sobre o assunto!