As dores nas articulações podem ser sinais de uma doença autoimune chamada artrite reumatoide. Para conhecer mais sobre esse problema, leia este artigo na íntegra.
Uma queixa bastante comum em consultórios médicos é referente a dores nas articulações, ou popularmente conhecida como “dor nas juntas”. O incômodo pode aparecer após simples atividades como caminhada ou prática esportiva. Elas podem surgir por vários fatores, inclusive doenças, como é o caso da artrite reumatoide.
Esse problema de saúde, de acordo com a pesquisa Desmistificando o reumatismo, realizada pelo Ibope, 30% dos brasileiros menosprezam os sinais da doença. O mesmo levantamento apontou que 54% dos pesquisados desconhecem ou têm visões erradas sobre o tratamento da patologia.
Para ajudá-lo a entender melhor e desmistificar a artrite reumatoide, elaboramos este artigo. Nele, você poderá conferir o que é a doença, além das suas causas, sintomas e tratamento. Confira! E, caso queira saber mais sobre outras causas de dores nas articulações, acesse este link.
Artrite reumatoide: confira o que é a doença
Quando uma pessoa tem “poliartralgia, junto a tensão matinal, ou seja, dores e rigidez em várias articulações, da mão, punho, cotovelo, ao acordar pela manhã. Principalmente, quando associados a edemas nos locais, tem-se um possível diagnóstico de artrite reumatoide”. Quem diz isso é o Dr. Thiago Barbosa, ortopedista aqui na CM Martins.
Dessa forma, essa é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta, geralmente, as pequenas articulações de diversos membros. Além dos citados acima, também atingem os pés, joelhos, tornozelos, quadris, ombros e coluna cervical. Ela danifica as membranas sinoviais, que são camadas finas de tecido conjuntivo dessas partes do corpo. Além disso, pode afetar órgãos internos como pulmões, rins e coração.
A artrite reumatoide causa inchaço doloroso e, em alguns casos, resulta em erosão óssea e deformidade da articulação. Essa última situação pode comprometer os movimentos do indivíduo que possui a doença. Conforme o Dr. Thiago, essa é uma das “principais doenças reumatológicas que atingem as articulações e o sistema músculo esquelético”.
Conheça as causas e fatores de risco do problema
Assim como outras doenças, não se sabe, ao certo, qual a causa do aparecimento da artrite reumatoide. Porém, ela é comum em pessoas que possuem o histórico do problema na família. Além da predisposição genética, fatores autoimunes podem ser associados ao problema, afinal, quando há presença de alguma doença desse tipo, o sistema imunológico ataca as células do próprio corpo, destruindo os tecidos.
A doença, também, acomete mais mulheres que homens, sendo o pico de aparecimento mais comum entre os 30 e 55 anos. Além disso, é mais comum em pessoas caucasianas (brancas). Inclusive, outro fator ligado ao problema é a ausência de filhos (nuliparidade). Ainda, são fatores de risco para o aparecimento da artrite reumatoide o tabagismo, excesso de peso, desequilíbrios hormonais e depressão.
Saiba quais os sintomas da doença
Muitas vezes, em um primeiro momento, os sintomas do problema são confundidos com os da artrose. Porém, como você pode ver neste link, as doenças são bem diferentes. Na artrite reumatoide, os primeiros sinais incluem febre, cansaço, formigamentos e mal-estar que podem aparecer sem justificativa. Entretanto, o principal e mais conhecido sintoma são as dores nas articulações.
De modo geral, os sintomas da doença podem variar de pessoa para pessoa e conforme a sua gravidade. Além dos indícios citados acima, os pacientes com artrite reumatoide podem apresentar:
- Inchaço e aumento da temperatura nas articulações;
- Nódulos firmes de tecido sob a pele dos braços;
- Rigidez matinal, que pode se estender pelo dia;
- Perda de peso não intencional.
À medida em que a doença progride, os sintomas vão se espalhando, especialmente a dor nas articulações. Também, podem se manifestar de forma intermitente, ou seja, aparecem e desaparecem. Outro ponto de atenção é que os pacientes com artrite reumatoide possuem mais chances de terem infarto do miocárdio e de desenvolverem síndrome do túnel do carpo.
Como é realizado o diagnóstico
Caso desconfie que esteja com artrite reumatoide, ou apresente alguns dos sintomas acima, procure um ortopedista. Durante a consulta, o médico fará a anamnese, aquelas perguntinhas para saber seu histórico de saúde e aparecimento dos sinais. Após isso, ele poderá solicitar alguns exames laboratoriais e de imagens, tais como:
- De velocidade de hemossedimentação (VHS);
- Testes de anticorpos antinucleares;
- Nível de proteína C-reativa;
- Ultrassonografia articular;
- Ressonância magnética;
- Fator reumatoide;
- Raio-x.
O diagnóstico precoce, mesmo sendo difícil, é muito importante, pois ajuda a conter o avanço da doença. Caso seja confirmada a artrite reumatoide, o ortopedista irá iniciar o tratamento. A seguir, você confere quais as opções mais recomendadas.
Conheça as opções de tratamento para a artrite reumatoide
Como você viu no início deste, estamos falando sobre uma doença autoimune. Dessa forma, não há cura para a artrite reumatoide. Então, as opções de tratamento possuem o intuito de amenizar os processos inflamatórios e prevenir deformidades.
Em alguns casos, o médico indicará a realização de fisioterapia para conter a dor, inflamação e progressão da deformação e, ainda, melhorar a movimentação do paciente. Tudo isso por meio de exercícios e técnicas de mobilização articular, além do fortalecimento muscular. Também, poderá sugerir o uso de bolsas quentes nos locais afetados.
Quando a pessoa apresenta uma articulação muito comprometida e os outros tratamentos não ajudam nos sintomas, o ortopedista poderá sugerir a cirurgia de realinhamento dos tendões. Também, para substituir as articulações deformadas e remover o excesso de membrana sinovial. O processo cirúrgico, inclusive, conseguirá unir dois ossos, removendo a articulação do local.
Entretanto, a forma de tratamento mais comum é o uso de medicação para aliviar os sintomas. Há quatro tipos de substâncias que, normalmente, o médico prescreve. São eles:
- Antirreumáticas modificadoras de doença: são, em sua maioria, imunossupressores e diminuem o processo inflamatório e estabilizam a progressão das deformidades;
- Modificadores da resposta biológica: são substâncias que agem nos agentes inflamatórios e células atingidas pela doença. Também são imunossupressores;
- Corticoides: agem na redução rápida da inflamação e aliviam alguns sintomas. É uma opção para o início de tratamento;
- Anti-inflamatórias não esteroides: amenizam os sintomas da doença em seu quadro inicial.
Faz parte da nossa ética médica apenas revelar os nomes de medicamentos para os pacientes em consulta. Afinal, cada caso precisa de avaliação e de uma substância específica. Além disso, não queremos promover a automedicação. Se você tem algum sintoma dessa doença, procure um ortopedista. Para agendar uma consulta aqui na CM Martins, entre em contato conosco.
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