A bartolinite é uma infecção que, além do desconforto e dor, impede a lubrificação vaginal. Saiba mais sobre essa doença que atinge as mulheres, lendo este artigo.
Algumas mulheres sofrem com a falta de lubrificação vaginal em diversas fases da vida. Porém, o que muitas não sabem é que essa pode ser uma condição mais séria, chamada Bartolinite. Originada por pequenos cistos, a infecção afeta as glândulas de Bartholin, responsáveis por lubrificar a vulva, principalmente no ato sexual.
Para saber mais sobre essa doença, desde sua causa até as maneiras de prevenção, continue lendo este artigo. Mas, antes de mais nada, precisamos explicar um pouco sobre a região afetada pela patologia. Assim, será mais fácil entender como ocorre a doença. Acompanhe!
Glândulas de Bartholin: o que é e onde se localizam
Essas são duas glândulas localizadas na vulva, uma em cada lado da cavidade vaginal. Como mencionamos, elas possuem a função de produzir o fluido lubrificante da vagina. Cada ducto possui cerca de 2,5 cm de comprimento e é responsável por transportar o líquido umidificador. Já os seus orifícios de saída possuem 0,5 cm de diâmetro. Sendo assim, quando se apresentam em condições normais, as glândulas de Bartholin são pequenas e não são visíveis e nem palpáveis.
Dessa forma, quando existe uma obstrução de um dos canais que drenam as glândulas, o fluido continua no ducto, formando um cisto. Por mais que possa assustar, os cistos são comuns. Porém, eles podem infeccionar e resultar na bartolinite, como você poderá conferir na sequência.
Descubra o que é a bartolinite e o que a causa
Em síntese, a bartolinite, também chamada de abscesso de Bartholin, é a inflamação das glândulas citadas acima. Como mencionamos, a doença pode começar por meio de um pequeno cisto, que obstrui o canal que transporta o fluido lubrificante. A infecção acontece, de fato, quando o líquido fica aprisionado no ducto. Por conta da fricção que o local pode receber, é contaminado com bactérias, como a E. coli, bastante presente no intestino e causadora de quadros de infecção urinária. Além disso, outras bactérias, como estafilococos e estreptococos, também podem ocasionar a doença.
Ademais, micro-organismos que provocam a gonorreia e a clamídia, doenças sexualmente transmissíveis, também são agentes responsáveis pela formação do abscesso. Ainda, estão associados ao surgimento da infecção, os maus hábitos higiênicos da região vaginal.
Com a infecção, pode acontecer o crescimento do quisto, causando, também, ruborização e quentura quando o local é tocado. Dessa forma, durante sua fase inicial, a bartolinite pode ser indolor. Porém, pode se tornar incomodativa, impossibilitando, até mesmo, que a mulher possa caminhar ou sentar confortavelmente.
Confira, agora, os sintomas da doença
Como mencionamos, os cistos que se formam na glândula de Bartholin, geralmente, são indolores, causando apenas o inchaço. Porém, quando o quadro se agrava e surge a bartolinite, alguns sintomas aparecem. Assim, é muito importante atentar-se a eles.
Os principais sintomas da bartolinite, conforme falamos, são: dor, inchaço, vermelhidão, edema, formação de pus e calor no local. Relembramos, também, que a doença acaba proporcionando dificuldade ao andar, sentar e, claro, na hora de ter relações sexuais.
Além desses, algumas mulheres também podem apresentar um quadro de febre, porém, esse sintoma nem sempre aparece. Ainda, é importante informar que, quando a paciente com bartolinite apresenta corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, geralmente, indica que a causa da doença é uma DST.
Esses são os sintomas mais comuns dessa infecção. Muitas vezes, geralmente, quando os cistos são menores, o abscesso drena espontaneamente. Essa ação libera um líquido purulento e os sintomas costumam sumir. Em caso de qualquer sintoma, ou anormalidade com seu corpo, lembramos que o ideal é buscar ajuda médica para obter um diagnóstico e tratamento correto, como você conhecerá a seguir.
Diagnóstico e tratamentos para a doença
O diagnóstico da bartolinite é clínico. Ou seja, o médico especialista reconhece a bartolinite por meio de exame físico, onde consegue identificar a infecção, além do aumento do volume das glândulas. O exame é rápido e fácil, feito na hora da consulta. Porém, quando o diagnóstico acontece em mulheres acima dos 40 anos, o profissional, provavelmente, recomendará a drenagem e biópsia do cisto. Isso é um procedimento para eliminar a possibilidade de câncer no local.
Então, após a confirmação da doença, há diversas opções de tratamento, cada uma recomendada de acordo com o avanço da infecção. Assim, entre as alternativas para tratar a bartolinite, podemos destacar:
- Banhos de assento: essa opção é indicada para casos onde o abscesso ainda é pequeno e pouco doloroso. Dessa forma, deve ter duração de 15 minutos, de 3 a 4 vezes por dia. Esse procedimento é indicado para essa fase da doença porque ajuda na drenagem espontânea da purulência. Também pode ser recomendada em associação a outro tratamento, quando esse não for o suficiente, apenas para aliviar os sintomas.
- Drenagem cirúrgica: essa é a recomendação para a maioria dos casos. Assim, a intervenção médica acontece de forma simples, sendo realizada uma incisão na lesão, com a paciente sob anestesia local. Após realizar a drenagem, o médico insere um pequeno cateter de borracha dentro do cisto, para evitar que haja a reincidência de acúmulo de pus no local. Mas, não se preocupe! O cateter será retirado após 6 semanas.
- Antibióticos: essa opção é indicada para pacientes que apresentarem quadro febril, bem como quando a drenagem não ocorrer de forma efetiva. Também é importante ressaltar que casos provocados por alguma DST, serão tratados com o antibiótico indicado para cada doença.
- Marsupialização: é o procedimento indicado nos casos em que o abscesso é recorrente, mesmo depois do sucesso das outras opções de tratamento. O método consiste em uma cirurgia, também sob anestesia local. Assim, o profissional realiza uma pequena incisão no abscesso, suturando suas bordas com a pele, mantendo uma abertura pequena, e permanente, para evitar que os fluidos fiquem acumulados no ducto.
- Retirada da glândula: essa é a opção mais radical e só é indicada quando nenhum dos tratamentos é eficaz. É válido enfatizar que são raros os casos que necessitam desse procedimento.
Dessa forma, existem várias opções para tratar a bartolinite, citamos apenas as mais comuns. É sempre bom lembrar que o método ideal será indicado conforme o resultado obtido pela análise médica. Ainda, ressaltamos que não é recomendado iniciar nenhum tratamento sem a avaliação do profissional de saúde.
Como prevenir a bartolinite
Visto que existe mais de uma possibilidade para causar a bartolinite, não há uma regra para evitá-la. Porém, temos algumas recomendações para a sua prevenção. Assim, é indicado sempre utilizar preservativos nas relações sexuais, afinal eles previnem o aparecimento de DSTs, que, também, podem ser agentes causadores da bartolinite. Além disso, boas práticas de higiene íntimas são indispensáveis para manter a saúde da região vaginal. Ainda, alguns especialistas recomendam evitar o uso, em excesso, de roupas muito justas, para evitar a fricção do local. E, claro, cuidar da sua imunidade, tendo hábitos saudáveis, também é uma maneira de proteção. Como você pôde ver, a bartolinite é uma infecção que impede a lubrificação vaginal, causando desconforto para a mulher. Mas, com o tratamento correto, é possível eliminar a doença e voltar a ter uma ótima saúde íntima. Para isso, é preciso contar com a ajuda de um especialista. Se você tiver algum sintoma da bartolinite, entre em contato conosco e agende a sua consulta.