Papanicolau dói? Entenda como o exame é realizado

Um dos exames ginecológicos mais comuns ainda gera muitas dúvidas. E a mais recorrente é “papanicolau dói”? Saiba no artigo e leia mais sobre o procedimento. 

 

O papanicolau é um exame simples, rápido e barato que serve para detectar doenças em estágios iniciais na saúde íntima da mulher, entre eles, o câncer do colo do útero. E, respondendo à pergunta que trouxe você a este artigo: o papanicolau, geralmente, não dói. Algumas mulheres relatam sentir um leve desconforto durante o procedimento, mas isso também tem muito a ver com a timidez.

O papanicolau, nome em homenagem ao médico grego idealizador do exame, deve fazer parte da rotina de todas as mulheres acima de 25 ano que são sexualmente ativas. Se esse é o seu caso, continue lendo este artigo. Nele vamos explicar melhor sobre esse procedimento, como é realizado e quais as principais doenças detectadas. Acompanhe!

 

Papanicolau: tudo sobre o exame

A realização do papanicolau é feita em uma cadeira ginecológica, aquela onde a paciente se deita de costas e coloca os pés em suportes que mantêm as pernas afastadas. Nesta posição, o ginecologista usará um espéculo, que tem o formato semelhante a um bico de papagaio. Esse instrumento ajuda o médico a visualizar o colo do útero. Se houver alguma alteração visível, como inflamações ou cistos, será facilmente detectada pelo profissional.

Mas, além dessa observação, é preciso fazer a coleta do material que irá para análise. Ela é feita usando uma espécie de escovinha ― é nesse momento que pode haver algum desconforto ― e o material coletado é colocado em uma lâmina com substância aderente e enviado para o laboratório. Após o exame, pode haver um pouco de sangramento vaginal, mas isso é comum e esperado, não havendo nenhuma recomendação especial para a paciente após o procedimento.

Como você pôde perceber, a realização do exame é simples e rápida. Mas, ele pode ser apenas o primeiro de muitos exames que podem ser solicitados dependendo do teor do laudo. A apresentação dos resultados trará um relatório detalhado das células coletadas, classificando as anormalidades encontradas.

 

As classificações de resultado

O resultado do exame do papanicolau tem diferentes classificações.

  • Classe I: indica que está tudo normal e o colo do útero está saudável;
  • Classe II: encontradas alterações benignas, normalmente causadas por inflamações;
  • Classe III: detectadas alterações nas células e serão necessários novos exames para investigar as causas;
  • Classe IV: alerta sobre início de câncer de colo de útero;
  • Classe V: presença de câncer no colo do útero.

O papanicolau, na verdade, não serve apenas para detectar o câncer de colo de útero, que é o terceiro tumor mais comum na população feminina e a quarta maior causa de morte por câncer entre as mulheres. Ele serve, sobretudo, para diagnosticar previamente qualquer sinal da doença. Desta forma, não é um resultado conclusivo, sendo que novos exames, mais específicos, devem ser realizados.

 

E quando ele deve ser feito

Como você leu no início, ele deve ser feito a partir dos 25 anos em mulheres já tiveram ou têm relações sexuais. Essa é a orientação do Instituto Nacional de Câncer (INCA) no documento Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero. Ainda é recomendado que os dois primeiros exames devem ser em anos consecutivos e, após dois resultados negativos, pode passar a ser realizado a cada três anos.

A rotina de realização do papanicolau deve ser seguida até os 65 anos. Isso porque, depois dessa idade, a chance de desenvolvimento de câncer do colo do útero é mínima ― caso os últimos cinco exames não tenham mostrado alterações. Agora, se até essa idade a mulher nunca tiver feito o papanicolau, é necessário realizar dois exames em um intervalo de três anos. Se não houver nenhuma alteração, aí sim, estão liberadas de novos procedimentos.

Para mulheres que tiveram filhos recentemente, é recomendado esperar de 6 a 8 semanas para realizar o exame. Enquanto isso, as que estão grávidas podem fazer o procedimento até o 4º mês de gestação, de preferência, logo na primeira consulta pré-natal.

 

Papanicolau dói?

Alguns casos específicos podem contribuir para que o desconforto na hora da realização do exame seja maior. Mulheres na pós-menopausa, que têm o canal vaginal mais estreito e mais seco, e aquelas que apresentam essas características mesmo sem ter passado pela menopausa, podem sentir dor no momento da introdução do espéculo.

 

Cuidados antes do papanicolau

É preciso que a mulher não tenha tido relações sexuais, utilizado medicamento intravaginal ou realizado duchas nas últimas 72h. A coleta também deve ser realizada entre o 10º e o 20º após o primeiro dia da última menstruação.

Uma dica importante: se a paciente for realizar mais de um exame ginecológico no mesmo dia, é preciso que o papanicolau seja o primeiro. Isso porque substâncias utilizadas em outros procedimentos (como o gel do transvaginal) podem tornar a coleta inviável.

 

Quais doenças o exame detecta

O papanicolau é responsável por detectar doenças vaginais, sexualmente transmissíveis e, claro, câncer de colo do útero. Algumas que podem ser reveladas pelo exame são:

  • Infecções como candidíase e vaginose bacteriana;
  • Herpes, gonorreia, clamídia e sífilis;
  • Detecção de cistos no colo do útero;
  • Processos inflamatórios.

 

Como mencionado anteriormente, após os resultados novos exames podem ser solicitados. Caso tenha sido encontrado HPV ou alterações das células na amostra coletada, o papanicolau deverá ser refeito após 6 meses. Já para os casos onde há suspeita de câncer, a paciente deve se submeter a uma colposcopia, um exame detalhado da vulva, vagina e colo do útero.

Se você se enquadra no grupo de mulheres que está apta a realizar o papanicolau, não negligencie esse cuidado. Muitas doenças podem ser evitadas e ele é essencial para monitorar de perto alterações que têm chance de evoluir para o câncer de colo de útero.O papanicolau não dói e o desconforto é mínimo. Agende sua consulta e converse com um profissional ginecologista do nosso quadro de especialistas.

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