Estima-se que cerca de 10% dos brasileiros têm osteoartrite, também conhecida como artrose. Com isso, vem a dúvida: a doença tem cura? Leia o artigo e descubra.
Artrose tem cura? Essa é uma pergunta recorrente entre pessoas diagnosticadas com esse tipo de reumatismo. De acordo com um levantamento feito por quatro sociedades médicas brasileiras, pelo menos 10% da população apresenta os sintomas da artrose. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, entre 30 e 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia são em função da osteoartrite.
Dados da Previdência Social indicam que a artrose é responsável por 7,5% dos afastamentos do trabalho. É considerada a segunda doença mais comum entre as que justificam auxílio-inicial e a quarta em relação à aposentadoria precoce.
Um número cada vez maior de pessoas se queixam dos sintomas dessa doença e, claro, muitas dúvidas surgem. Acompanhe para saber mais sobre suas causas e sintomas.
O que é artrose?
A osteoartrite, ou doença articular degenerativa, mais conhecida como artrose, é um dos tipos mais comuns de artrites. É caracterizada pela degeneração das cartilagens, podendo causar alterações nas estruturas ósseas próximas ao local afetado.
As cartilagens têm por função amortecer o impacto entre as superfícies ósseas nas articulações e diminuir o atrito quando se executa qualquer tipo de movimento. As regiões mais atingidas são os joelhos, mãos, coluna e quadril.
Quando há sintomas, eles podem ser leves ou mesmo desaparecer com o tempo. Entretanto, devido ao estado da cartilagem, alguns se tornam mais evidentes podendo virar um quadro crônico.
Quais são os sintomas de artrose?
Até os 40 anos, esta pode ser uma doença silenciosa. Os sintomas tendem a aparecer e agravar com o passar da idade. Confira os mais comuns.
Dores nas articulações
Pode começar aos poucos, aumentando a intensidade com o passar dos anos. É um dos principais indicativos da doença. Devido à intensidade da dor, muitas pessoas buscam repouso para o alívio. Contudo, a prática de exercícios é fundamental para que as dores não se agravem.
Rigidez e diminuição da mobilidade
Pode ocorrer rigidez nas articulações ao levantar-se pela manhã ou após longos períodos de repouso. A mobilidade tende a retornar segundos depois que a pessoa retoma o movimento.
Em alguns casos a amplitude da articulação afetada é comprometida, causando limitações no movimento.
Rangidos e estalos
Por conta do desgaste da cartilagem e a diminuição de lubrificação na articulação, há um aumento do atrito entre os ossos, causando rangidos e estalos durante o movimento.
Inchaço
Há muita água nas cartilagens. Essa água é “expulsa” quando as cartilagens estão sob impacto e retornam quando o movimento cessa. Quando há uma inflamação nas cartilagens, elas sofrem com o aumento de líquido, o que dificulta a reabsorção. Por conta disso, o inchaço é um dos sintomas mais característicos da artrose.
Nódulos
Quando ocorre nas mãos, nódulos se formam nas articulações, o que causa dor e dificulta os movimentos. Outra ocorrência nodular, muito comum na coluna vertebral, é o popularmente conhecido “bico de papagaio”. Pode causar formigamento, dor e, em casos mais agudos, dormência dos membros superiores ou inferiores.
Quais são as causas da artrose?
A artrose é considerada uma doença multifatorial. Há dois tipos de classificação segundo suas causas:
Artrose primária
Tem como principal causa o uso excessivo da articulação. Com o passar do tempo e, devido à sobrecarga, o líquido e a membrana sinovial (tecido conjuntivo que protege estruturas como os tendões) sofrem desgaste. Em casos mais avançados pode haver uma degradação total da cartilagem.
Além da deterioração natural que ocorre com o envelhecimento, outros fatores estão associados, tais como: exercícios físicos repetitivos, esportes de alto impacto e sobrepeso.
Artrose secundária
É causada por condições preexistentes no paciente. Como exemplos, podemos citar doenças e anomalias congênitas, cirurgias em estruturas articulares, obesidade e artrite reumatoide.
Doenças como a diabetes, hipotiroidismo, gota e Paget do osso também compõem esse grupo de risco. Há também o fator genético, facilitando a ocorrência em pessoas de todas as idades.
Artrose tem cura?
Infelizmente, ainda não há uma cura definitiva para a artrose. Por ser considerada uma doença crônica, é importante que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico, reduzindo os danos às estruturas cartilaginosas e ósseas.
Diversos tratamentos estão disponíveis para diminuir a dor e aumentar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com osteoartrite. Listamos alguns dos principais tratamentos. Confira!
Tratamentos para artrose
Após o diagnóstico, inúmeras abordagens podem ser seguidas, desde medicamentos e atividades físicas, até cirurgias. Descubra a seguir quais são os melhores tratamentos para a osteoartrite.
Medicamentos
De acordo com a gravidade de cada caso, são prescritos três tipos de medicamentos: analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides e narcóticos.
Os analgésicos são indicados para aliviar dores com intensidade que vão do leve ao moderado. Porém, são incapazes de reduzir a inflamação. Para casos mais graves, são utilizados anti-inflamatórios por conta da sua capacidade de aliviar os sintomas e diminuir a inflamação da articulação.
Enquanto isso, narcóticos são indicados para tratar dores mais agudas. Entretanto, contém ingredientes similares à codeína e devem ser utilizados com cuidado, por conta do risco de dependência.
Injeções
Quando o tratamento com os medicamentos acima não mostra resultados, injeções de cortisona ou ácido hialurônico são aplicadas. A cortisona é injetada diretamente na articulação afetada, aliviando a dor.
O ácido hialurônico, por sua vez, além de aliviar a dor, fornece um tipo de amortecimento para a cartilagem por ter agentes semelhantes aos componentes encontrados no líquido sinovial.
Terapias
As terapias são uma abordagem menos invasiva e natural para tratar a artrose. Seu médico pode indicar fisioterapia, natação, bicicleta, academia, pilates entre outras inúmeras atividades com o intuito de reforçar a sua musculatura e proteger as articulações.
Cirurgias
Em casos mais graves, talvez a única solução seja a intervenção cirúrgica. Os dois procedimentos mais utilizados são o realinhamento dos ossos (osteotomia) e a substituição da articulação (artroplastia).
Esses procedimentos cirúrgicos são indicados somente nos casos que não respondem aos tratamentos mais tradicionais, como os citados acima.
É muito importante lembrar que não se deve interromper o uso de um medicamento por conta própria ou praticar a automedicação sem antes consultar um médico. Somente um profissional poderá definir a dosagem, a duração e o tratamento mais adequado para cada caso.
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